sábado, 14 de novembro de 2009

Ah, o amor!

Segundo Paulo Sant'ana:

O amor não resisti a distância nem à proximidade.
A distância gela-o, a proximidade torra-o.
O amor só sobrevive ao frio temperado ou ao fogo lento.
A certeza é avessa ao amor. A certeza só é apanágio da amizade.
A essência do amor é a dúvida.
A segurança é inimiga do amor.
Para que o amor cresça e se incendeie é preciso que ele corra perigo.
No amor, a consciência da posse tem de estar sempre acompanhada do medo da perda.
Só o medo da perda pode levar ao cultivo cuidadoso da posse.
Só o "eu te amo" não basta como lema do amor. É imprescindível o "eu te amo cada vez mais".
Porque o amor é uma sucessão de degraus, é uma escalada incessante.
A estabilidade da paixão redunda em cansaço e fastio, é o fim do amor.
O amor é um rali, uma gincana, um kerb.
Só um Indiana Jones pode enfrentar as sucessivas armadilhas do amor.
Só os fortes amam, os fracos vão sucumbindo.
Exatamente como no voo persecutóriodos zangões na corrida altista da abelha rainha.
Aquele que cansa do amor, desaba das alturas.
Quem não quiser arriscar-se no jogo perigoso que leva às inefáveis delícias do amor, que permaneça no insosso do chão vegetativo.
E os que se virem tentados a amar, saibam que se atiram à glória ou à desgraça.
À felicidade ou ao abismo.
Se houve impacto especial no beijo ou no olhar, não tem mais volta.


Tô perdida?

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